segunda-feira, 7 de outubro de 2013

"O rebanho perdeu asas" antonio mota

O sino da igreja, que ficava em frente da escola, já tinha repetido quatro sonantes badaladas. Apressados, metemos nas pastas livros, cadernos, lápis, marcadores, borrachas, lapiseiras. E, quando a porta da sala foi aberta, saímos cheios de pressa.
Era nessa tarde, tinha de ser!


De resto, tudo estava combinado desde manhãzinha. Triunfante, o Aires todo o dia mostrou a caixa de fósforos que trazia no bolso das calças encardidas, e o Artur segredara que o molhinho de colmo estava escondido entre dois penedos.


Com as patas a bater nas costas, corremos por caminhos pedregosos e quelhos enfeitados com silvas e urtigas.

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